"A inovação tecnológica pode ajudar a transformar
os sistemas globais
de alimentos." Word Economic Forum
O desafio de alimentar o mundo
Em 2050
seremos 9,8 bilhões de habitantes. Isto representa um incremento de 2,5 bilhões
em relação a população atual, ou seja, em apenas 30 anos a população aumentará
em 34%.
Isto por si
só já seria suficiente para nos dar uma noção da demanda por alimentos mas,
temos ainda algumas deficiências desafiantes a considerar:
Embora
tenhamos tido um boa produtividade na geração de alimentos nos últimos 50 anos,
quase 800 milhões de pessoas passam fome todos os dias no mundo, mais de 2
bilhões não têm os nutrientes necessários para uma vida saudável e, espera-se
que um terço da população global esteja acima do peso ou obesa até 2030, de
acordo com o Painel Global sobre Agricultura e Sistemas de Alimentos para
Nutrição.
Um
terço dos alimentos produzidos são desperdiçados por vários motivos desde a produção até a chegada ao consumidor.
O
estado dos solos pela geração de alimentos está altamente degradada.
A disponibilidade de água está comprometida. Hoje 70% da água potável disponível é usada pelo sistema de agricultura e tende a aumentar como também tende a aumentar o consumo pelas cidades e indústrias. A água será muito disputada.
As mudanças climáticas vão interferir na produtividade da produção de alimentos e na disponibilidade de água.
Existem muitas outras considerações mas, estas que foram citadas são suficientes para dar mostra do cenário que devemos ter em conta ao pensarmos num sistema de produção alimentar que seja inclusivo, eficiente, sustentável, nutritivo e saudável, em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU - ODS.
Como podemos
antever, não será uma tarefa fácil mas com o envolvimento de toda a sociedade é
possível realiza-la. Entre muitas ações conjuntas vamos citar alguns exemplos:
Os
governos podem reorientar o investimento público e o foco de suas políticas
para fornecer incentivos positivos para que os integrantes do sistema alimentar
produzam alimentos saudáveis para as pessoas e o planeta.
As
empresas podem redesenhar os modelos de seus negócios para priorizar resultados
ambientais, sociais e financeiros ao mesmo tempo.
Os
investidores podem estabelecer padrões mais altos com relação à forma como as
empresas direcionam os resultados ambientais e sociais, juntamente com os
retornos financeiros.
Os
consumidores podem mudar sua demanda para produtos nutritivos ambiental e
socialmente responsáveis.
E,
todos DEVEMOS combater o desperdício.
A resposta
para alimentar o mundo não será simplesmente aumentar a área de produção. A
intensificação da aplicação da tecnologia será a grande facilitadora do sistema
alimentar envolvendo a produção sustentável em alta escala dos alimentos
vegetais, animais e minerais.
Alimentação de origem vegetal
Os alimentos
de origem vegetal são aqueles obtidos a partir de vegetais
como folhas, frutos, flores, raízes, tubérculos, caules e se constituem na
maior fonte de alimentação das populações humana e animal. Existem em estado
natural mas para dar conta de alimentar as populações, precisam ser produzidos
em alta escala com a nossa interferência através de uma agricultura intensiva.
Vamos ver
algumas formas de produção de alimentos vegetais.
Agricultura convencional: os campos de plantio, muitas vezes
extensos, são entendidos como homogêneos. Pensar desta forma, despreza as
variações minerais do solo e necessidades de irrigação. A utilização inadequada
de fertilizantes, defensivos e irrigação afeta a produtividade de alimentos. Hoje ainda é utilizado.
Agricultura de precisão: o produtor monitora as
informações da área plantada, tratando cada pequena área como única,
reconhecendo as diferenças de cada região. Esse método proporciona que cada
local tenha a sua produtividade maximizada, os insumos (água, fertilizantes,defensivos,
etc.) não são desperdiçados e causam menos danos ao solo e ao meio
ambiente. Esse é o rumo certo para uma agricultura sustentável e mais
produtiva.
Em todo o
mundo está havendo uma mudança muita rápida do modelo convencional para o de
precisão.
Fazendas urbanas verticais: é a produção de alimentos vegetais em locais onde as variáveis ambientais
são controladas artificialmente. Estas fazendas são colocadas nos centros
urbanos ou próximos deles facilitando a logística de distribuição e evitando desperdícios dos produtos devido ao transporte de longa distância. São
excelentes alternativas para recuperar áreas degradas ou subutilizadas nos
centros urbanos. A produção de alimentos nestas fazendas reduzem drasticamente
a utilização de solo, o consumo de água e podem ser mais produtivas.
Segundo, o pesquisador da Embrapa Hortaliças, Ítalo Guedes, a produção agrícola controlada em construções urbanas e prédios, pode alcançar o dobro ou até o triplo de desempenho em comparação à agricultura tradicional. “Para se ter uma ideia, hoje a média de produtividade de tomate para consumo in natura em campo aberto deve girar, no Brasil, em torno de 70 a 90 toneladas por hectare; no cultivo em estufa, não são incomuns produtividades de até 200 toneladas por hectare. O cultivo em fazendas verticais tem potencial para mais”, destaca o pesquisador. “Em experimentos científicos na Holanda com tomates, utilizando ambiente controlado, já foram alcançadas produtividades equivalentes a mil toneladas por hectare. O potencial é grande”, avalia.
Além de não
podermos desprezar a produtividade que elas proporcionam, as fazendas verticais
ainda possibilitam outras vantagens como devolução de áreas para outras
culturas ou mesmo para reflorestamento, evita a necessidade de mais
desmatamento possibilitando a preservação de espécies animais e botânicas em
extinção, redução de máquinas agrícolas para coleta, eliminam os riscos à saúde
humana que existem na agricultura convencional como exposição a pesticidas, queimadas,
etc.
Este
potencial tem que ser explorado com tecnologia adequada como por exemplo:
utilização de energia renovável não poluente, sistemas que controlem a poluição
luminosa nos períodos noturnos e eliminem a poluição química da água.
As fazendas estão
em um processo de aperfeiçoamento e a relação custo beneficio está no caminho
de solidificar a sua existência pois, a tecnologia fica mais barata com o
tempo.
Fazendas urbanas de teto ou de cobertura: os telhados oferecem um amplo espaço aberto sem muita utilização e é uma área ideal para o cultivo de vegetais, tornando a agricultura no telhado uma solução atraente e complementar para produzir mais alimentos.
Vamos ver os benefícios, extraídos de um artigo da Hurban Harvest, a respeito de fazendas no telhado.
No aspecto social: melhoram a paisagem urbana, fornece alimentação fresca e saudável, envolve escolas e famílias urbanas, inspira os cidadãos a cultivar sua própria comida.
No aspecto econômico: reduz os custos de energia da construção, aumenta a vida útil do telhado, cria trabalhos, apoia a economia local e melhora o valor da propriedade.
Vou destacar algumas tecnologias e dar alguns exemplos aplicados na produção de alimentos.
Tecnologia na agricultura
Biotecnologia: tem sido empregada já há algum tempo e
tem sido responsável pelo aumento da produtividade alimentar. Deverá ser
amplamente utilizada nos próximos anos e atua basicamente em:
Transgenia que
é um tipo de melhoramento genético que altera parte dos DNA das plantas por
meio da inserção de novos genes de outras plantas ou de espécies diferentes, com
o objetivo principal de selecionar plantas e animais mais resistentes a
doenças, pragas, agrotóxicos e mudanças climáticas e que sejam também mais
nutritivos e produtivos. Os produtos transgênicos são seguros, pois só são
liberados ao consumo após a realização de rigorosos testes em laboratório e no
campo e são supervisionados por comissões oficiais criadas especialmente para
cuidar dessa segurança.
CRISPR - Clustered Regularly Interspaced Short
Palindromic Repeats, uma ferramenta de edição genética que permite
desligar genes com atributos ruins. Nesta tecnologia, é possível fazer a
alteração no DNA de forma precisa, sem que ocorra nenhuma outra mudança no DNA,
a não ser a mutação desejada.
“A técnica de edição
genética CRISPR consiste na criação
de uma planta melhorada e sem a inclusão do DNA de uma espécie diferente,
permitindo o cultivo de plantas ainda mais nutritivas e com maior agilidade e
eficiência”, explica Sandra Milach, líder de Pesquisa, nos Estados Unidos, da
Corteva. Um exemplo da aplicação desta técnica é a eliminação de glúten e
também a inativação de enzimas anti nutricionais.
Big data: um tomate é um produto final mas até chegar nele numa escala produtiva e como um
produto de qualidade muitas informações tiveram de ser consideradas.
Não existe
nada mais realístico do que a agricultura para ligar o homem com a natureza.
Foi a sua primeira iniciativa de vida não nômade há milênios no sentido de
sobrevivência e vejam que estamos diante da mesma situação nos dias de hoje.
Como alimentar o mundo? Tudo começou de forma intuitiva e a intuição continua
até hoje e não sei se será eliminada por completo mas, para produzir em alta
escala temos que contar com inúmeras informações como por exemplo: condições
meteorológicas da minha região, composição do solo por área de precisão e como
corrigi-lo, espécies que são mais produtivas, melhor período para plantar, onde
irrigar de forma localizada, como combater as pragas, como fazer a correção do
produto ainda no pé e, ainda alguns aspectos de gestão como planejamento da
colheita, armazenamento, distribuição, gerenciamento das máquinas agrícolas,
gerenciamentos de estoques de insumos, simulações, acompanhar a produtividade
total e por área de precisão, etc.
São muitas
informações e cada uma ao seu tempo e devem estar disponíveis em aplicativos
móveis para os envolvidos em tempo real. Reunir tudo isto num big data e ter
softwares de gestão darão mais efetividade na produção de alimentos na escala
desejada, de forma econômica e sustentável ao planeta.
IoT - internet das coisas: no campo todos os dispositivos também
estarão conectados entre si e a uma base na nuvem formando um big data. As
coisas no campo são: drones, sensores, tratores, robôs, caminhões, dispositivos
móveis, etc. A geração de informações em tempo real será fundamental para a
tomada de decisões gerenciais na fazenda ou automáticas como por exemplo, um
sensor de solo identifica a necessidade de água e aciona os irrigadores e muito
mais decisões teremos com esta tecnologia colocando a agricultura num patamar
inteligente.
Sensores: são dispositivos elétricos, óticos e
térmicos, que coletam informações e podem ser colocados em qualquer lugar e
ajudam a IoT ser tão poderosa e tão útil. Vamos ver alguns exemplos.
Sensores
para plantas e árvores frutíferas: para controlar o crescimento e hidratação.
Sensores para
irrigação: analisam o fluxo da seiva.
Sensores
de nível de silo: os sensores de nível tornam possível conhecer as reservas
remanescentes em silos, tanques, etc.
Sensores
para estufa ou hidroponia: permitem gerenciar a estufa e decidir sobre
possíveis ações corretivas, muitas vezes, sem a necessidade de se dirigir ao
local.
Monitoramento
das condições climáticas: as medições fornecidas podem ser usadas para mapear
as condições climáticas, escolher as culturas apropriadas e tomar as medidas
necessárias para melhorar sua capacidade.
Sensores diversos para controle de umidade de grãos, para medição de fluxo de grãos, para
controlar velocidades dos maquinários, para identificar ervas daninhas e
pragas, etc.
A cada dia teremos uma nova descoberta para melhorar a agricultura.
GNSS - sistema de navegação global por
satélites ou GPS: sistemas para gerenciar o posicionamento de todos equipamentos agrícolas em distâncias
de segurança a qualquer momento dia e noite. Além da aplicação no gerenciamento
das máquinas, o agricultor deve saber o local exato em que as sementes foram
plantadas, permitindo que volte às mesmas com a quantidade adequada de água e
fertilizante nos vários estágios dos seus desenvolvimentos.
Irrigação inteligente: Os sistemas inteligentes de irrigação
conhecidos como VRI (Variable Rate Irrigation) coletam dados de campo,
incluindo tipo de cultura, estágio de desenvolvimento da cultura, tipo de solo,
grau da terra e informações meteorológicas e usam essas informações para
distribuir a água da maneira mais eficaz possível.
Robótica:
A agricultura já é extremamente mecanizada de forma inteligente e será mais ainda com os robôs autônomos em todas as fases do processo agrícola: exame e correção do solo, irrigação por precisão, aplicação de nutrientes e defensivos, colheita, armazenagem e até mesmo a distribuição.
Drones: Também conhecidos como VANTS
(veículos aéreos não tripulados) estão sendo amplamente usados para identificar
pragas, ervas daninhas, demarcar áreas de plantio, acompanhar o desenvolvimento
da safra, monitorar níveis de desmatamento, encontrar nascentes de água, achar
focos de incêndio, transporte de cargas, fazer irrigação, aplicação de
nutrientes em escala e pontualmente, entre muitas outras funções.
Blockchain: A segurança proporcionada por esta
tecnologia garantirá aos compradores varejistas e consumidores que o produtor
utilizou insumos sustentáveis na sua produção seja animal ou vegetal e muito mais.
Alimentação de origem animal
Atualmente os
alimentos de origem animal como bois, aves, suínos, ovelhas, cabras, cavalos, abelhas,
coelhos, peixes, organismos aquáticos e outros animais em menor escala, fornecem
a maior quantidade de proteínas de que necessitamos.
A produção de
alimentação de origem animal é feita de duas formas:
produção
intensiva: utiliza tecnologia para obter produtividade biológica a um custo
mais baixo. É uma produção de alta escala mas considera cuidados com a saúde
pública, meio ambiente e o bem estar do animal.
produção
extensiva: é uma produção em escala
natural, ou seja, em menor quantidade e tem um custo mais elevado mas valoriza a
manutenção das características genuínas do animal.
Segundo a
divisão de Alimentação e Agricultura da ONU, 46% de toda a produção agrícola mundial
é usada para alimentar os animais com a finalidade de prover proteína animal
para alimentar a humanidade.
Olhando esta informação, concluímos que este quadro irá piorar pois, para o futuro, precisaremos de mais proteínas animal que por sua vez exigirá mais produção agrícola e não é difícil imaginar que nos próximos anos mais de 50% da produção agrícola será destinada aos animais. Se não revermos os hábitos alimentares no consumo de carne este processo continuará até um ponto de conflito intrigante. A quem destinar a produção agrícola? Aos humanos? Aos animais? Como já informamos, a alimentação vegetal é a maior fonte de alimentação humana.
Foi este
cenário que estimulou muitas empresas de alimentos a investir em tecnologia de
ponta para produzir carnes proteicas de origem não animal mas, com sabor e
textura semelhantes ao do animal. Estas carnes estão sendo produzidas de duas
formas: as carnes in vitro e carnes vegetais. No primeiro caso, células-tronco
de um animal adulto (porco, vaca, frango, etc.) são extraídas e cultivadas em
um reator biológico até se multiplicarem e se diferenciarem: uma parte vira
gordura e a outra músculo. Já as carnes de origem vegetal são criadas a partir
de proteínas extraídas de plantas e, com uma pitada de gordura, sabor artificial
e engenharia genética, os cientistas conseguem recriar (ao menos em parte) o
sabor característico das carnes dos animais.
O consumo de
carnes e subprodutos de origem não animal ainda está no começo e aumentará à medida que os custos reduzam, a
qualidade melhore, a produção aumente e, o mais importante, à medida que haja
uma forte mudança nos hábitos das pessoas.
Um estudo elaborado pela consultoria ATKearney, aponta que em 2040, 60% da carne
consumida no mundo não será animal. Este percentual crescerá com o decorrer dos
anos de tal sorte que a população de animais ganhará uma escala reduzida e
talvez até natural.
Os animais
terão cumprido a missão de ter alimentado a humanidade por milênios.
Tecnologias aplicadas na produção de alimentação de origem animal
Da mesma
forma como na produção de alimentação vegetal que migrou para uma agricultura
de precisão, a produção de alimentação animal também adota este mesmo conceito
e isto direciona as aplicações tecnológicas.
Biotecnologia: aplicada na reprodução e melhoramento
de todos os tipos animais através da inseminação artificial, transferências de
embriões, fertilização em vitro, clonagem e na produção de vacinas e ração.
Carne cultivada em laboratório: a carne cultivada em laboratório, também conhecida como animal in vitro ou "carne limpa", poderá estar à venda muito em breve.
Câmeras 3D: colocadas em lugares estratégicos monitoram o peso, identifica possíveis doenças, inflamações e comportamentos dos animais.
Aplicativo para pesagem de bovinos: Um software da Agtech consegue filmar
o boi com uma câmera 3D, captar e analisar o peso do animal sem a necessidade de
locomove-lo eliminando o estresse e perda de peso pela locomoção.
Sensores e coleiras inteligentes: que medem as características de cada vaca. Esses dispositivos verificam a atividade, alterações de peso e parâmetros de sangue, leite e rúmen que podem auxiliar no apoio à saúde, bem-estar e manejo reprodutivo de vacas leiteiras.
Sensores
colocados em tiras para coletar suor enviam através da tecnologia Bluetooth
informações sobre níveis de potássio, sódio e glicose.
Sensores
colocados nas narinas podem analisar o hálito e identificar sinais de problemas
nutricionais.
Sensores
de monitoramento e manejo de gado: permitem registrar informações sobre a saúde
dos bovinos. Assim, é possível saber, por exemplo, se uma
vaca está em período de ovulação ou gestação.
Sensores
detectores de parto: permitem aos produtores direcionarem sua atenção para as
vacas nestas situações.
Gestão digital de pastagens: Usando marcas auriculares com GPS, os
fazendeiros podem gerenciar melhor suas pastagens, movimentar o gado
estrategicamente para pastoreio em rotação e solucionar rapidamente os
problemas.
Alimentadores automáticos de bezerros: permitem a alimentação de bezerros
individualmente, mesmo quando criados em grupos. Essa tecnologia economiza
trabalho e permite a distribuição de leite adicional a bezerros com baixo
desempenho e também promove um melhor processo de desmame, reduzindo gradualmente
o leite a bezerros individuais.
Tecnologias de laticínios: o processo de ordenha é demorado e
exige muito trabalho. As tecnologias que refinam o processo de ordenha incluem
sistemas de ordenha automáticos ou robóticos.
Drones: equipados com câmeras para estimar o crescimento das pastagens, também podem enviar imagens em tempo real de rebanhos e bandos. Isso ajuda os produtores a encontrar rapidamente animais perdidos, identificar recém nascidos e diagnosticar doenças em rebanhos e animais individuais. Os drones também podem atuar como cão pastoreio conduzindo os rebanhos pelas pastagens imitando o latido de um cão ou apresentando placas coloridas.
Os drones
também oferecem aplicações para a aquicultura acima e abaixo da água. Eles
podem ser utilizados para monitorar as pisciculturas no mar e inspecionar
gaiolas subaquáticas quanto a danos ou buracos.
Peixes robóticos com IA - inteligência artificial: semelhantes e suaves como os peixes reais podem detectar a poluição debaixo d'água e monitorar os habitantes marinhos sem assusta-los.
Incubadoras automáticas para granjas
avícolas: giram na
velocidade certa para a incubação adequada dos ovos, exatamente como uma
galinha faria. Dessa maneira, o calor e a temperatura certos são mantidos.
Robótica: Os aviários requerem atenção quase
constante como alimentação,limpeza e higienização, coleta de ovos e verificação
de aves. Os robôs podem fazer isso facilmente a qualquer momento.
O processamento em alta pressão: pode prolongar a vida útil dos
alimentos 10 vezes. Uma das principais preocupações dos produtores de alimentos
é como prolongar o prazo de validade sem comprometer o sabor ou a qualidade dos
alimentos. Desde a antiguidade buscamos soluções de preservação como cura por
fumaça ou sal, fermentação e outras soluções de uso comum.
Impressão 3D de alimentos: pode mudar os alimentos para sempre.
A tecnologia funcionará conforme o previsto - construindo o produto final camada por camada minuciosamente. Esta solução oferecerá infinitas
possibilidades para a forma, textura, composição e, finalmente, sabor dos
produtos alimentícios no futuro. Além disso, a impressão 3D reduzirá bastante o
desperdício produzido pela culinária convencional e poderá ser usada para
promover alimentos saudáveis de alta tecnologia e redefinir completamente
como produzimos receitas.
Da mesma
forma como na agricultura a utilização da Internet das Coisas, Big Data e
Blockchain encontram direta aplicação na produção dos alimentos de origem
animal.
Alimentação de origem mineral
A alimentação
mineral é basicamente composta por água e sais minerais.
Água
A água é o
alimento mais importante para o organismo humano que é constituído por 60% de
água. Muitas reações químicas que ocorrem no nosso corpo necessitam de água,
daí ela ser tão necessária para a nossa sobrevivência. A privação completa de
água pode nos levar à morte em poucos dias, enquanto que, na privação de alimentos, o
homem pode sobreviver semanas. Segundo a Agência Nacional de Águas - ANA, "
97,5% da água existente no mundo é salgada e não é adequada ao nosso consumo
direto e nem à irrigação da plantação. Os 2,5% restantes são de água doce e a maior
parte (69%) é de difícil acesso, pois está concentrada nas geleiras,
30% são águas subterrâneas (armazenadas em aquíferos) e 1% encontra-se nos
rios. Logo, o uso desse bem precisa ser pensado para que não prejudique nenhum
dos diferentes usos que ela tem para a vida humana."
Atualmente
70% da água potável é utilizada na produção agrícola. As tecnologias que vimos
na produção dos alimentos de origem vegetal e animal em muito irão contribuir
para a não poluição dos lençóis freáticos e na redução do consumo na geração de
alimentos.
Tecnologias
de dessalinização já estão sendo amplamente usadas por nações com recursos mas
necessitam ser barateadas para serem usadas por nações mais pobres. A
conscientização da população e o emprego de tecnologias modernas pelas
indústrias também irão contribuir para a existência sustentável deste diamante
da natureza.
Além do seu
estado natural para o consumo ela está presente nos alimentos em percentuais
diferentes.
Sais minerais
Os principais
minerais de que necessitamos são: cálcio, ferro, magnésio, fósforo, flúor,
iodo, potássio, sódio, zinco, manganês e selênio. Eles podem estar em estado
processado mas, estão abundantemente presentes nos alimentos. Vamos ver como:
Cálcio:
leite e seus derivados, couve, brócolis, tofu, soja, feijão branco, espinafre e
sardinha.
Ferro:
carne vermelha, fígado, gema do ovo, brócolis, couve, espinafre, aveia, quinoa,
castanha de caju e feijão.
Magnésio: legumes,
hortaliças de folhas verdes, nozes, maçã, banana, figo, soja, gérmen de trigo,
aveia, cereais, peixes, carnes, ovos e feijão.
Fósforo:
carnes, aves, peixes, gema de ovo, feijão, ervilha, lentilha e derivados do
leite.
Flúor:
frutos do mar, fígado bovino, verduras, arroz e feijão.
Iodo:
frutos do mar e peixes.
Sódio:
ovos, algas marinhas e carnes defumadas.
Zinco:
carnes, frutos do mar, ovos, feijão, leguminosas, nozes e castanhas.
Manganês:
cereais integrais, legumes, café e chás.
Selênio:
castanhas, frutos do mar e cereais integrais.
Como vimos,
as tecnologias para a produção dos sais minerais foram indiretamente
mencionadas nas produções dos alimentos vegetais e animais.
Conclusão
Volto ao
ponto inicial: como alimentar o mundo? Vimos que a tecnologia irá ser um
diferencial mas, na minha opinião, estabelecer desde já uma cultura de mudança
de hábitos alimentares irá também ajudar muito a sustentabilidade da humanidade
no que tange a depender dos recursos do planeta. Até 2050 consumiremos ainda
carne animal e não animal de forma balanceada. Se diminuirmos o frenesi para
gerar produção agrícola, por conta da necessidade de alimentar animais, abrirá
um espaço para que os cientistas melhorarem ainda mais a qualidade dos alimentos em
geral e também para aumentar a oferta de alimentação para a humanidade.
É óbvio que
está tendência implicará em outras mudanças no cenário econômico e social do
mundo como por exemplo, os agricultores terão que reduzir a escala de produção pela redução de animais que por sua vez afetará toda a cadeia de fornecimento do agronegócio e muitas
outras implicações que não abordaremos aqui neste momento. Acho que o mundo
futuro encontrará uma acomodação para isso.
Neste ponto
farei uma colocação bem pragmática de um assunto que abordarei no futuro que
será o da Sustentabilidade.
Temos dado muita ênfase à sustentabilidade do planeta e isto está corretíssimo mas, quero chamar à atenção que o planeta terra não é apenas um corpo celeste em movimento no universo. Este planeta tem vidas de natureza humana, animal e vegetal como hospedes. Na verdade é por isto que temos que lutar: por estas vidas. Se não for assim, temos que lembrar que a terra durante sua existência já se reciclou várias vezes e assim continuará para sempre. Como mencionei na primeira postagem deste blog, dentro do equilíbrio atual do universo nada impedirá a trajetória do nosso planeta e do seu destino. Então, nos acomodaremos sim pois, temos extinto de sobrevivência e temos um futuro brilhante pela frente.
Vídeos
O futuro da
agricultura | The Daily Conversation
A tecnologia está revolucionando a agricultura. São ótimas notícias - até o ano de 2050 a população da Terra será de 10 bilhões, por isso precisamos quase dobrar a quantidade de alimentos que produzimos agora.
Fazendas
digitais: a tecnologia aplicada aos alimentos | Tomer Niv
Exemplos de fazendas verticais pequenas para serem distribuídas em supermercados, restaurantes, conjuntos residenciais, etc.
As fazendas
futuristas que alimentarão o mundo | Freethink Futuro dos Alimentos
A eficiência da agricultura na Holanda está produzindo 20 vezes mais alimentos com 1/4 da água e os sistemas agrícolas mais sustentáveis do mundo. Em meio às mudanças climáticas, uma população crescente e pessoas que consomem mais alimentos menos sustentáveis, como alimentaremos nosso mundo futuro? A resposta pode não estar aumentando os recursos - terra, água e funcionários - mas, melhorando a eficiência da produção para criar uma agricultura mais sustentável. A questão principal: como aumentamos a quantidade de alimentos que produzimos enquanto usamos o mesmo ou menos recursos?
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O futuro da
agricultura | Kalypso
O futuro da agricultura está acontecendo agora. Big data, aprendizado de máquina, equipamentos conectados inteligentes, Internet das Coisas e tecnologias autônomas nos permitem entender campos e culturas no nível macro e até numa única linha no meio de um campo massivo.
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O que é a agricultura de precisão | Inter American Development Bank
Vídeo em inglês mas em configurações você pode colocar as legendas em português.
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Referências:
Imagens do
título | Stock Illustration e foodnavigator.com
30% de toda a
comida produzida no mundo vai parar no lixo | FAO - Organização para Alimentos
e Agricultura da ONU
Incentivizing
Food Systems Transformation | Word Economic Forum & McKinsey Company
Futuro dos
Alimentos | Word Economic Forum
Para
alimentar o mundo, é preciso trazer inovação para a agricultura | Caio Bacci
Agricultura de precisão: saiba como a tecnologia vem revolucionando o agronegócio | Tecnologia no Campo
Os benefícios
da biotecnologia na agricultura | Amélio Dall’Agnol e Francismar C.
Marcelino-Guimarães, pesquisadores da Embrapa Soja
Agricultura
sustentável: 12 tecnologias que você não pode ignorar | blog.jacto.com.br
Fazendas
verticais: produção pode atingir o triplo da agricultura convencional |
Sociedade nacional de Agricultura
Fazenda
vertical o que é, vantagens e desvantagens | Stella Legnaioli
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Why rooftop
farming is the best solution for smart urban agriculture |James Coffman
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Conheça 7
aplicações de sensores na IoT | Aliger
Sistemas de
produção de alimentos de origem animal no futuro | Apolinário Vaz Portugal
Em 2040, 60%
da carne consumida no mundo não será de origem animal | Rafael Battaglia
The future of livestock farming | Jon Heggie
11 Innovations That Could Build the Food of the Future | Cristopher McFadden
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8 digital technologies disrupting aquaculture | Alltech
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