Biotecnologia

Biotecnologia é um conjunto de técnicas que envolvem a manipulação de organismos vivos para modificação de produtos. Quando falamos em biotecnologia clássica, nos referimos ao uso de microrganismos como agentes fermentadores para a produção de queijos, pães, cervejas e vinhos. 

Com a evolução dos conhecimentos sobre genética, microbiologia e biologia molecular, a biotecnologia também avançou. Além do uso dos microrganismos como vetores de modificações, os pesquisadores passaram a poder interferir de forma controlada e intencional no DNA das espécies.

Hoje é possível desenvolver novas variedades de plantas com diferentes características genéticas de maneira muito precisa. Assim, produzem-se organismos geneticamente modificados com o objetivo de enfrentar diversos desafios, como suprir a crescente demanda global por alimentos.

Segundo artigo em  NetNature a seleção artificial como mecanismo criador de espécies evidenciando a evolução, ocorre em animais há muitos anos.

Na seleção artificial o agente seletor é o homem, e não os sistemas ecológicos. Assim o homem pode selecionar aqueles animais com características desejadas e criar animais e até espécies novas.

Aplicações na medicina

Produção de insulina, medicamentos e vacinas;

Manipulação de animais, como o porco, para utilizar os órgãos em transplantes;

Produção de anticorpos em laboratório para pacientes com sistema imunitário deficiente;

Terapia gênica para tratamento de doenças como câncer, neurológicas e cardiovasculares, cujos tratamentos convencionais não são eficientes;

Pesquisa com células-tronco para fins terapêuticos.

Aplicações na agricultura

Produção de insumos, tais como: fertilizantes, sementes e agrotóxicos;

Melhoramento genético de plantas;

Produção de alimentos  transgênicos.

Aplicações no meio ambiente

Bio remediação para reduzir ou eliminar contaminações no meio ambiente;

Produção de biocombustíveis a partir de organismos vivos ou de resíduos vegetais;

Produção de plástico biodegradável a partir de microalgas.

Hoje há muitos pesquisadores atuando nesta área com relação aos seres humanos. Há uma recomendação para que estes estudos sejam feitos em acordo com a Declaração Universal sobre o Genoma Humano e os Direitos Humanos da Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura (UNESCO), assinada no anos 1990, todas as pesquisas na área devem levar em conta suas implicações éticas e sociais.

A ciência deve ser feita com consciência. Ao manipularmos o DNA humano, ninguém sabe ao certo o que pode acontecer. Podemos corrigir um problema e criar vários outros, além de abrir caminho para ideias perigosas de filosofias como a eugenia e criação de “super-raças”. Por isso, os processos científicos do genoma humano devem ser feitos com segurança, transparência e controle da sociedade, e os cientistas devem sempre se fazer a pergunta: “Isso é necessário?”

O atalho no processo pode gerar complicações como citado em uma reportagem do oglobo.com em 24/04/2016, a respeito de uma pesquisa chinesa de manipulação de embriões inviáveis, ou seja, que não resultariam em nascimentos onde o objetivo foi atingido em apenas 4 dos 81 embriões trabalhados.

Neste novo território do conhecimento denominado Bioética, é preferível falar em prudência do que em temor. O problema central está no fato de que certas modificações radicais inseridas na estrutura original do genoma humano poderão tornar-se irreversíveis, inviabilizando a reprodução futura da espécie tal como vem acontecendo até hoje. E em uma catástrofe destas proporções, a quem caberá a responsabilidade? E ainda que tenhamos os responsáveis, de que adiantará?

Mais do que em outras, esta é uma área que temos de tomar o rumo certo desde o inicio.

Recomendo os vídeos:

60 Anos da Descoberta Estrutura DNA

Animações sobre o DNA

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Referências

Biotecnologia | Michelle Duarte, Professora de Ciências Naturais e Biologia 

O que é biotecnologia | Airton Vialta